Sendo um iniciado no culto tradicional yorùbá, desde agosto de 1997, vivi e vivo essa tradição religiosa no meu dia-dia. Desde minha iniciação em Ifá e depois em alguns òrìsà, dediquei grande parte de meu tempo no aprendizado de muitas divindades e da cultura que envolve a religião do povo yorùbá. Felizmente ou infelizmente, de 2006 para cá, na internet, houve um grande número de devotos convertidos ao culto yorùbá, porém, pude notar que quase todos em sua maioria não abraçam 100% essa tradição. Digo isto baseado em que, muitas dessas pessoas continuam fazendo em suas casas os rituais pertinentes ao candomblé, religião que merece nosso respeito, mas, que possui fundamentos bem diferentes da tradição yorùbá.
Mas, isso não é culpa de ninguém, a não ser da própria falta de informação e dificuldade que ainda existe em se viver essa tradição religiosa do modo como à mesma é praticada em território yorùbá.
Conhecendo Bàbá Olójè Rasaki Sàlámì Sàláwu a muitos anos, e tendo uma relação de muito carinho e amizade, abraço este projeto, com o intuito de diminuir e até de quebrar as barreiras que separam o povo brasileiro da religião tradicional yorùbá, permitindo assim, que todo devoto de òrìsà que escolheu essa tradição como religião, possa viver a mesma de uma forma completa. Sem precisar buscar em outras tradições aquilo que nós temos.
Luto para que meus filhos tenham direito de passarem pelo Akosejaye (rito de consulta ao oráculo logo após o nascimento da criança); isomoloruko (ritual onde o nome da criança é divulgado para a comunidade); Itefá (iniciação no culto de Ifá, que visa decodificar o destino do ser); Ìpínodù (ritual que complementa o itefá, visando alinhar a pessoa com seu próprio destino); igbere idosù (iniciação no culto dos demais orixás); imulè (pactos em diversos cultos, que visam o fortalecimento energético e o comprometimento social da pessoa); Igbèìyàwó (casamento tradicional yorùbá); Ajéjé (ritual fúnebre que todos os iniciados devem passar).
Esse projeto visa deixar para os nossos descendentes a garantia de que nossa religião não vai morrer e de que o resgate que começou na década de 80 não tenha sido em vão.
Se você também crê que religião e família se completam e deseja ter um maior entendimento sobre a cultura religiosa yorùbá, entre em contato conosco e faça você também parte dessa família que tem tudo pra crescer e gerar bons frutos.
Ire o!
Olóbàtálá: Ilésire Omigbàmí Òsàlásínà.